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CINEMA, MÚSICA, PINTURA

Este Blog é produzido e dirigido por:



Denison Souza, arte-educador, escritor free lancer;

meu trabalho já foi publicado no Jornal do Recôncavo e Correio da Bahia

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

BEETHOVEN, UM RESUMO PESSOAL


Ludwig van Beethoven representa um divisor de águas na História da Música. Eu me sinto um privilegiado em poder ter a felicidade de conhecer toda sua obra. Conjunto de opus que me impressiona a cada audição.

O célebre músico é conhecido do grande público pelo seu ciclo de 9 sinfonias e pelas suas 32 sonatas para piano. De fato, são coleções extraordinárias e bastariam para colocar o compositor como um dos maiores gênios da história. Falarei abaixo do melhor que o mestre compôs.

SINFONIAS
As 9 sinfonias de Beethoven formam o ciclo musical mais famoso e aclamado em todos os tempos. Cada uma delas tem uma personalidade própria e guarda seus próprios méritos, mas a Terceira (Eroica), a Quinta (Destino), a Sexta (Pastoral), a Sétima (Dança) e a Nona(Coral), únicas que possuem nomes, são as que chamam mais atenção dos críticos e admiradores. A Terceira se destaca por ser a mais revolucionária, a Quinta, pela sua economia melódica, a Sexta, pela sua descrição pastoral, rica em detalhes, a Sétima, por ser a mais bonita e a Nona se destaca como a mais complexa, incluindo um coral num gênero que é absolutamente instrumental.

SONATAS PARA PIANO
As 32 sonatas para piano formam outra coleção admirável. É tamanha a variedade de emoções e estados de espírito que pode-se dizer que resume todos os sentimentos humanos expressados em música. De altíssima qualidade técnica, de uma ousadia tonal consciente, de uma riqueza de pathos notável. É o gênero, em Beethoven, que eu acho mais notável, onde podemos capturar toda a inventividade, todo o desenvolvimento técnico, toda capacidade em compor do mestre. Cada sonata tem seu valor, mas destaco aqui as sonatas op. 7, ao Luar op. 27, a Tempestade op. 31, Appassionata op. 57, Patética op. 13, Waldstein op. 53 e as quatro últimas que vai da mais monumental de todas (Hammerklavier op. 106) até a mais espiritual (op. 111).

QUARTETOS
Outro gênero no qual Beethoven é conhecido, principalmente por aqueles que se aprofundam em sua música, menos acessível ao grande público, é o de câmara. Neste gênero específico os quartetos para cordas dominam a área. Esta coleção beethoveniana, depois do ciclo sinfônico e das sonatas para piano, é o mais interessante e rico. Seus quartetos se dividem em três fases: a fase clássica, a fase heróica e a fase final. Os quartetos da fase inicial são ofuscados pelos da fase mediana (heróica) e os últimos quartetos ofuscam toda a coleção antes deles. Para muitos especialista, os últimos quartetos de Beethoven formam o que de mais sério o mestre criou...de fato, é música de altíssima espiritualidade. É como se os quartetos da fase inicial fizessem apenas o dever de casa da música clássica, imprimindo, óbvio, personalidade autoral; os quartetos medianos estendessem os conceitos da fase clássica para caminhos heróicos, românticos, épicos...e os da fase final ampliassem este conceito para limites míticos, interplanetários, cósmicos...espirituais.

CONCERTOS
Depois das sinfonias, sonatas para piano e quartetos, Beethoven é respeitado pelos seus concertos. Uma pena que escreveu poucos, apenas 7. O único concerto para violino é uma obra-prima, respeitadíssimo em todas as salas. O concerto tríplice não goza da mesma popularidade, mas eu considero um concerto poderoso e umas das obras mais geniais do mestre. Foi este concerto que me fez despertar para a genialidade incólume de Beethoven.
Mas, os cinco concertos para piano são deliciosos...os de n.3, 4 e 5 são obras-primas geniais, mas, todos eles são deliciosos e cerebrais...

SONATAS DUO
Se excluirmos os quartetos para cordas, a melhor música de câmara de Beethoven inclui seu instrumento predileto: o piano.
De tudo que foi composto, as 10 sonatas para violino e piano formam a coleção mais coesa e bonita, depois das sinfonias, sonatas para piano, concertos e quartetos para cordas. Formam um ciclo fechado em si, com destaque para a sonata Primavera, a Kreutzer e a op. 96, a última sonata. É como se a primeira sintetizasse a fase clássica; a Kreutzer, a heróica e a op. 96, a fase espiritual. É um ciclo menos popular, mais conhecido pelos especialistas.

Depois das sonatas para violino, as 5 sonatas para violoncelo e piano formam outra coleção interessante e rica. Não acrescenta em nada o que fora feito pelas sonatas para piano solo, mas para quem se interessa pelo violoncelo, são obras magistrais e belíssimas.

TRIOS COM PIANO
Infelizmente, os trios para piano e cordas não formam uma coleção ampla como as sonatas para violino e piano. Mas, os trios op. 70 e o Trio Arquiduque já dão conta do recado. São obras maravilhosas, esplêndidas...que nos remete à Brahms.

MÚSICA CÊNICA
O mestre de Bonn não é muito conhecido pela sua música cênica. Na verdade, nessa área, sua música fora deixada de lado. De tudo que fez, ficou a ópera Fidélio (única que escreveu) e a abertura de Egmont, sua melhor abertura orquestral. Seria Beethoven, mesmo sem ter escrito estas obras. Brahms e Bach não escreveram ópera alguma e isso não tirou em nada o valor deles. Digo isso, sem querer desmerecer Fidélio e a abertura de Egmont, que são obras bonitas, bem feitas e de grande impacto.

CANÇÕES
O primeiro ciclo de canções feito por um grande compositor deve ter sido o ciclo à Amada Imortal. As canções de Beethoven são conscientes, engenhosas, de beleza sutil, mas pouco conhecidas.

MÚSICA SACRA
Beethoven escreveu belas cantatas, missas e um oratório notável: Jesus no Monte das Oliveiras. Em tudo, passagens geniais...mas, de tudo que escreveu para coro, tratando de música para a igreja, a única obra-prima incólume é sua Missa Solemnis, pináculo de toda a história da música sacra, junto com a Missa em Si menor de Bach.
Como se não bastasse tudo que Beethoven havia criado em todos os gêneros possíveis, ainda fez esta missa espetacular, monumental, complexa, sua obra mais difícil.

OBRAS ESPECIAIS
Entre os admiradores de Beethoven tem-se um certo interesse pela Fantasia Coral, op. 80 e pelos dois romances para violino e orquestra. Quanto ao grande público, Beethoven é muito conhecido também pela sua música para piano solo intitulada Fur Elise. É respeitado por eruditos pela sua Grande Fuga, op. 133, as Bagatelas op. 126 e pelas Variações Diabelli para piano solo. São obras deliciosas, de uma intelectualidade sutil, que apenas engrossa o caldo de genialidade do seu corpo de opus. Destaco aqui que a Grande Fuga, as Bagatelas op. 126 e as Variações Diabelli são obras monumentais, únicas, especiais...se Beethoven não tivesse criado suas revolucionárias sinfonias, sonatas e quartetos, talvez fosse conhecido apenas por ter criado uma dessas peças de grande valor.

RESUMO - AS OBRAS MAIS CONHECIDAS E AS MAIS MONUMENTAIS:
Quinta Sinfonia, Nona Sinfonia; Fur Elise; Concerto para piano n.5, Concerto para violino; Quartetos da fase final; Grande Fuga op. 133; Bagatelas op. 126; Variações Diabelli; Missa Solemnis; Sonatas para piano Ao Luar, Patetica, Waldstein e Hammerklavier;
Ópera Fidélio; Sonatas para violino e piano Primavera e Kreutzer;

AS OBRAS QUE EU DESTACO - GOSTO PESSOAL:
1.Sinfonias n.3, 5, 7 e 9;

2.Sonatas para piano op. 7, ao Luar op. 27, a Tempestade op. 31, Appassionata op. 57, Patética op. 13, Waldstein op. 53 e as quatro últimas, com destaque para a Hammerklavier op. 106 e a op. 111;

3.Concertos para piano n.2, 3, 4 e 5 e o Concerto Tríplice;

4.Quartetos da fase média e da fase final (todos);

5.Grande Fuga op. 133, as Bagatelas op. 126 e as Variações Diabelli op. 120;

6.Trios para piano e cordas, os dois, op.70;

7.Sonatas para violino op. 30 (as três), Primavera, Kreutzer e
op.96;

8.Sonatas para cello e piano op. 5, 69 e 102;

9.Missa Solemnis;

sábado, 6 de fevereiro de 2010

MONET, MAIOR REVOLUCIONÁRIO DO IMPRESSIONISMO


No último período de sua longa vida, Monet transferiu-se para uma casa de campo em Giverny, em frente do qual mandou construir um belo jardim de ninféias. As séries deste jardim, pintadas enquanto a Europa ardia em chamas, devido à Primeira Grande Guerra, superaram o registro da impressão - como na escola do Impressionismo - e representavam mais uma reflexão introspectiva do que era a Natureza e as suas contínuas metamorfoses. Plantas e água se misturam. As pinceladas perseguem-se em rápidas sucessões e a tinta já não obedece os limites da tela. Uma verdadeira confusão cromática no ar e no espelho de água. Aqui, Monet toca delicadamente na abstração, alcançando o Infinito. Para saber mais sobre Monet: http://www.sabercultural.com/template/pintores/Monet-Claude-1.html