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CINEMA, MÚSICA, PINTURA

Este Blog é produzido e dirigido por:



Denison Souza, arte-educador, escritor free lancer;

meu trabalho já foi publicado no Jornal do Recôncavo e Correio da Bahia

sábado, 21 de dezembro de 2013

Música bonita versus Música feia


Estava ouvindo Tchaikovski por esses dias e cheguei a uma conclusão: Tchaik é, sim, um ótimo compositor, mas, peca em certos pontos...suas obras são equilibradas até que...chega um certo trecho ou movimentos inteiros que ele soa espetaculoso, barulhento, enxameiro demais...dai vem o desequilibrio que não me agrada em nada.

Nisso, Tchaik é parecido com Liszt ou Paganini...são bons compositores, mas, que possuem trechos que se desequilibram por si mesmos...

Eu, particularmente, valorizo mais a estrutura como um todo do que uma simples e bela melodia...o problema de Tchaik não é o fato de possuir belas melodias fáceis em sua obra, mas, de possuir tais trechos exagerados que o torna alvo de críticas.

Chopin, assim como Tchaik e quase toda a totalidade dos mestres italianos (Verdi, por exemplo) supervalorizam a melodia bonita, a facilidade da estrutura...Chopin escreveu maravilhosos estudos, 4 obras primas em forma Scherzo e 4 espetaculares baladas...mas, no geral, sua obra é espetaculosa, faz concessões, é transigente, facilmente bela e agradável. As vezes uma obra é de dificil execução, mas, quando o foco da obra é exatamente sua dificuldade, termina se tornando uma obra espetaculosa...a maioria dos russo são pretensiosos e espetaculosos...com exceção de Mussorgsky e Stravinsky.

Como uma obra como O Messias, de Haendel, consegue ser espetacular, ter um som cheio e bombástico, sem ser pretensioso, vazio, fácil, agradável, transigente, espetaculoso? Isso me impressiona. Mahler é apenas um sinfonista pretensioso, espetaculoso...ele nunca foi nem será um Beethoven. Compositores como Ravel, Bartók, Debussy, Brahms, Stravinsky, Bach tem algo em comum...criam uma obra espetacular, equilibrada, coesa, estrutural, dificil...sem essa coisa do espetáculo pelo espetáculo...considero Berlioz um espetaculoso escandaloso...já Wagner conseguiu gerir uma obra geniosa, densa, pesada, de fato, espetacular...sem ser espetaculoso, transigente ou agradável...a obra de Wagner não faz concessão. É dificil definir o que é pretensioso e o que consegue apenas ser...um bom ouvinte treinado sabe distinguir essas nuances...

Ouvir música erudita e entender dela nào é para qualquer um, exige dedicação e amor profundo...

domingo, 27 de outubro de 2013

Penderecki

I'm at a stage knowing more deeply the music of a composer who is still alive (something rare in classical music). He was born in 1933. Penderecki, great master of music ... comparable to Beethoven

sábado, 26 de outubro de 2013

Fase Elgar

Este blog funciona por vezes de diário de audições...estou numa fase Sullivan, Offenbach...suas divertidas operetas, mas, principalmente, numa fase Sir Edward Elgar...a música britânica é uma das menos ouvidas, disso sabemos...mas, eu sempre tive uma queda maior pela música britânica do que, por exemplo, pela música italiana...são grandes mestres que o Reino nos legou: Purcell, Elgar, Britten, Finzi, William-Walton, Vaughan Williams, que é o compositor inglês que mais escreveu obras primas nos mais variados gêneros e por ai vai...aliás, a aparência e o bigode de Elgar são elementos de um tempo onde homem era homem de verdade...

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Ingrid Bergman pequena

http://www.youtube.com/watch?v=ZonN4-qVhwc Instagram

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Katchaturian e seu concerto

O concerto para violino de Katchaturian é a obra que tem mais me encantado ultimamemte. Além dele, tenho ouvido bastante Sir Edward Williams Elgar.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Beethoven - Happy Birthday (Piano version)



Espetaculares estas variações a partir de obras de Beethoven....

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Nos tempos do Serialismo

O patrono da Nova Música, todos sabemos, é Arnold Schoenberg, mas, Anton Webern é o grande herói do Serialismo, aquele que apontou o caminho da Nova Era. A incrível organização de Webern, sua lógica e pureza musical acabaram se tornando uma torrente que levou com ela toda a vanguarda internacional. Música abstrata, matemática, que evitava as armadilhas do romantismo. Mas, nada surge do nada! Um dos mestres que foram a força seminal aos olhos da nova escola de Viena foi Edgar Varèse. Ele rompeu com todo o passado na música. Sua obra Ionisation de 1931 rompeu com esta tradição. Sua música hoje está esquecida, menos esta obra, pois se tornou base para o serialismo. Nessa obra foi provado que era possível escrever música sem melodia, harmonia ou contraponto. _____________________________________________ Depois da segunda grande guerra, mestres como Messiaen, Boulez, Stockhausen e Milton Babbitt buscaram superar Varèse criando linhas diferenciadas. Eles seguiram de onde Webern parou. Para os mestres serialistas foi Webern e não Schoenberg quem levou a arte musical para seus extremo lógico cruel. A música de Webern, apesar da brevidade, está cheia de dados e contém uma polifonia rica, típica dos flamengos renascentistas. Messiaen surge depois de Webern, numa busca de serializar outros elementos além de notas e alturas. Criou uma música rica, individual, mística e muito ligada à Natureza. Muitos mestres como Stravinsky e Penderecki usaram técnicas serialistas em obras completas ou trechos em seu corpo de opus. Mas, Stockhausen se provou o mais prolífico e inventivo neste sentido. _______________________________________________ Depois de três décadas de pompas do serialismo, tudo se acabou num último fraco suspiro. Depois de anos de polêmica e sucesso, somente algumas obras serialistas de Alban Berg ainda se mantém no repertório internacional: sua suite lirica, a ópera Lulu e o concerto para violino a um Anjo. O único compositor que fez parte dos primórdios do Serialismo e que tem chances de se manter no repertório é justamente Messiaen, hoje em dia, pela sua linguagem sincera musical, mesmo usando o serialismo - algo tão difícil para o noviço - como linguagem musical. Texto: Denison Rosario

sábado, 16 de março de 2013

Penderecki

Estou numa fase conhecendo mais a fundo a música de um compositor que ainda está vivo (coisa rara na música erudita). Ele nasceu em 1933. Penderecki, grande mestre da música...comparável a Beethoven ou Bach. Eu não consigo gostar muito da música dos anos 50, 60, ainda pós-serialista, mas, tenho gostado muito, sobretudo de sua criação coral, dos anos 80, 90 e mesmo de anos como 2003, 2009, etc.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Sobre Poulenc

Sobre Poulenc Um amigo colocou na sua lista de grandes compositores, ao lado de gigantes, como Beethoven, Bach, Debussy e Wagner, um mestre chamado Poulenc. Isso me despertou a atenção. Resolvi pesquisar mais sua música e olhar mais sua vida e cheguei a conclusão de que uma pessoa que vê Poulenc como grande não entende a história da música francesa. Sabemos que junto com a Itália, Alemanha, Austria e Inglaterra, a França tem uma história longa de grandes compositores desde a escola de Notre-Dame, passando por Berlioz e Bizet, até chegar ao século XIX e XX. Entre o século XIX e XX a França foi representada por várias "escolas". Neste período o mais influente artista independente (influenciou Debussy, Ravel, Poulenc, Honnegger, todo mundo) foi Éric Alfred Leslie Satie. No fim da vida Satie reuniu, em torno de sua personalidade misógena, colaboradores e músicos, criando a Escola de Arcueil [École d´Arcueil]. Dentre eles fazia parte quatro músicos talentosíssimos: Henri Cliquet-Pleyel, Roger Desormière, Maxime Jacob e Henri Sauguet. Você não tem idéia o quanto Sauguet é um grande compositor tão bom quanto Poulenc. A França, além desses compositores maravilhosos ainda deu, através de Cocteau (ainda sob influência de Satie), o Grupo dos Seis. Dos Seis, apenas três vingaram: Honnegger, Milhaud e Poulenc. Desde que eu me entendo como gente, ninguém ousou dizer que nenhum desses três um fosse superior ao outro, mas, que eram superiores aos outros três: Auric, Durey e Tailleferre. Poulenc é músico da estatura levemente superior a de Roussel, mas, abaixo de Ravel. E olhe que Roussel foi considerado tão grande quanto Ravel na época, quanto a hoje…risos. Prá piorar, além dessas "escolas", ainda havia a Escola de Paris formada por artistas estrangeiros que se fixaram em Paris. Gênios medianos, do nível de Poulenc, tipo Mihalovici, Tansman, Tcherepnin, além de Martinu, Harsanyi e Lazlo Lajtha. Além dessas três "escolas" tinha os independentes, imagine: compositores do quilate de um Ibert, que escreveu de tudo, muita coisa, musica sacra, sinfonias, concertos, tudo…obra de gênio…pesquise…tem George Migot, muito mais severo e sério que Poulenc. As obras religiosas de um Manuel Rosenthal são muito mais relevantes que o Gloria de Poulenc. Além de Jean Rivier, Maurice Duruflé (o Requiem desse cara é o diabo), Lily Boulanger, que infelizmente morreu muito novo, mas, deixou obras primas como seus tres salmos, cuja escrita é pessoal e muito forte…se tivesse vivido metade da vida de Poulenc seria mais conhecido hoje. Um gênio. Henry Barraud, que eu considero uma espécie de Haydn francês do século XIX…cara, é tanta gente, que não sei, não…fique em sua área que é melhor... Pois bem, Poulenc escreveu canções tão boas quanto Fauré e Debussy, Ponto prá ele. Sua música se divide entre a fase muleque e a fase monge. A fase monge (religiosa) é boa, mas, você compararia com a obra sacra de Stravinsky? Eu, não. A música de câmara de Poulenc é agradabilíssima, cheia de charme e estilo, melodias maravilhosas e revela talento, mas, não sei se é um Bartók. Não, não é. Então, pode-se curtir a música de Poulenc, que escrevia ao gosto da alta sociedade fútil da época, mas, nunca compará-lo aos gigantes. Bati o martelo!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Béla Bartók

Béla Bartók é um dos meus compositores prediletos. Ele, para mim, está no patamar de um Beethoven ou Bach, tranquilamente. Escreveu obras belíssimas e geniais. Hoje gostaria de comentar umas das obras que mais admiro, que me fascina a cada nova audição: o Divertimento para orquestra de cordas. Essa obra fora escrita no começo da Segunda Grande Guerra, na Suiça, e seu Adágio central atesta o grito de desespero que a Europa estaria prestes a dar. Para uma pequena orquestra com apenas 12 violinos, 4 violas, 4 cellos e 2 contrabaixos, a peça tem três movimentos, todos eles geniais. O Allegro inicial, em forma sonata, tem um tema inicial esplêndido, cativante. E segue como uma espécie de dança improvisada; os motivos melódicos e rítmicos - de inspiração pentatônica, mas, que evita a citação ao folclore - se encadeiam e se transformam num soberano à vontade. As diversas síncopes e ritmos quebrados é que dão a dinâmica ao movimento. Energia genial e explícita. Finalização calma. Mas, é o Adágio central que eu acho que é a fulcro da obra toda. Peça fúnebre admirável, uma das páginas mais mágicas e geniais do século XX, aqui Bartók se encontra em um de seus melhores momentos. Somente ele poderia ter escrito esta página magnífica, nessa linguagem que é só dele e de mais ninguém. Esse Adágio apresenta no começo fórmulas cromáticas admiráveis, de onde nasce um tema, que cresce em intensidade até atingir um grito de desespero. Este grito poderia ser o grito da Europa diante da Guerra que se iniciava. Passagem forte e magnífica de Bartók neste momento de genialidade universal. São nesses momentos que ele faz testa com um Beethoven, tranquilamente. Depois do grito - que, por sinal, combina com o quadro O GRITO, de Munch - ai os violinos desenvolvem ainda seu mais puro lirismo, desembocando em mais um momento de tensão e de desespero. Para depois, tranquilamente, silenciar pouco a pouco. Marcante esta página de Bartók. O movimento final - Allegro Assai - é outra maravilha dessa peça. Exemplo magnífico de orquestração de grande gênio moderno, este rondó tráz o carnaval e as cores vivas. O primeiro tema - bem cigano - se desenvolve com genialidade em forma de fugato alegremente animado; o segundo tema é mais grave, mais sério. Nesta passagem há uma cadência reservada ao violino solo à maneira cigana, cheia de virtuosismo exemplar. O ímpeto da vida, em dança, surge borbulhante nas próximas passagens deste movimento numa espécie de turbilhão rico em fantasias eróticas. Alguns compassos em pizicatos precedem o irresistível final acelerado ao máximo, como numa dança rodopiante de cigana, livre a girar na calçada de uma rua camponesa. Há muita virtuosidade nesta obra, mas, nunca em detrimento de uma certa espontaneidade um tanto rude, meio camponesa, altamente desejada pelo autor.