sexta-feira, 29 de novembro de 2019
Resenha de Rogue One por Denison Souza
Pela primeira vez um filme Star Wars encaixa perfeitamente em outro. O final de Rogue One cola perfeitamente com Uma Nova Esperança. Considerando que este último foi feito há anos luz lá atrás, é uma façanha deveras ousada.
Eu gosto muito de Rogue One, como todos os fãs de Star Wars.
O filme começa de forma espetacular, apresentando o planeta Lah'Mu, um lugar fora dos territórios Rim, mostrando a familia do cientista Galen Erso, que bolou a ideia de criar uma fragilidade na Estrela da Morte. A força da mulher sentimos aqui já em Lyra Erso, esposa do cientista, que desafia o Império. Quando a Delta Class T 3C do vilão Orson Krennic, um dos melhores vilões de Star Wars (juntamente com Morff Tarkin), desce no planeta, sentimos uma emoção forte, a presença maciça do Império chegando, onde antes só víamos inocência, através da criança Erso.
Uma das novidades aqui neste filme são os Death Troopers (apenas pretos e não preto e branco), com suas luzes verdes. A presença forte de Mon Mothma como lider da resistencia contra a Nova Ordem do Imperador Palpatine é um dos momentos mais emocionantes. Mais emocionante ainda é quando Bail Organa surge da escuridão, como um fantasma do passado! Vieram lágrimas aos olhos. Aliás, cada personagem conhecido que aparecia, era uma nova emoção, desembocando no Governador Tarkin e em Darth Vader.
A heroina central deste filme é Jyn Erso; sem a decisão dela, não existiria acesso ao segredo da Estrela. Ela que forma a equipe Rogue One. Em Imperio Contra Ataca se fala em Rogue Two, como uma continuação à equipe! E, bem, a forma natural que ela vai formando a equipe não é nem um pouco manjado ou corriqueiro como ocorre em filmes similares.
Os personagens interessantes que aparecem em Rogue One são Admiral Raddous, General Merrick e os senadores rebeldes. Aliás, neste filme mesmo as pessoas do lado dos rebeldes são apresentadas como pessoas cruéis e frias, de princípios dúbios, o que, de certa forma, quebra aquela coisa preto no branco dos filmes da trilogia original. Cassian Andor e o General Merrick são os que parecem mais dúbios. Capazes de irem por suas próprias cabeças, adotando uma imagem de anti-heróis. Mas, nenhum personagem ambíguo se compara com Saw Gerrera, o maior anti-herói do filme e de toda a Saga. Mas, as poucas cenas que Darth Vader aparece em Rogue One são de tirar o fôlego; se ele aparecesse mais vezes, iria desfocar os personagens principais. Aliás, é a primeira vez que Darth Vader faz papel de coadjuvante num SW.
Quanto a seção da tecnologia, como sempre tem de ter um droide, o deste filme é o excelente e bem comedido K-2SO, o droide que eu achei mais adulto em Star Wars. A tecnologia é renovada através de naves incríveis, como as U-Wing Gunship, a belissima UT-60D, as X-Wings foram repaginadas para parecerem mais com a de Poe Dameron, um pouco mais sujas e escuras. Outro personagem tecnológico em Rogue One são os tanques de combate que transportam os containers com Cristais Kyber, fonte de força e energia da Estrela da Morte. Essa movimentação em torno dos cristais por parte do Império fez com que os rebeldes desconfiassem que algo estava muito errado e vinha chumbo grosso pela frente! Outros personagens tecnológicos que me chamou atenção neste filme são os TX-225 Occupier, a armadura dos motoristas dos tanques, o Shuttle SW-0608, de onde a tropa rebelde se infiltra no planeta Scarif, os AT-ST, presentes desde O Império Contra-Ataca, volta em Rogue One! Os famosos AT-ATs voltam como AT-ACT com o acréscimo do container levando cristais, o que justifica a broca no seu corpo nos filmes antigos. Os Y-Wing Fighter está no filme e, claro, os Tie Fighters também. Mas, o Tie Striker é nave nova! Estreou neste filme. Os Tie/SK Fighters tambem. Nunca, em nenhum filme SW, a nave Profundity, a maior nave dos rebeldes, menor apenas que o Destroyer Imperial, teve tanta participação em batalha quanto aqui. Outro aparato tecnológico que ressurge aqui é a célebre Estrela da Morte, magistral, magnífica, e em sua melhor forma. O destroyer Devastator está mais agressivo do que os destroyers de outros filmes. E pela primera vez vemos os cientistas responsáveis pela Estrela da Morte, comandados por Galen Erso.
Quanto a fotografia e parte técnica, o incrível neste filme é como a imagem da pelicula, ao decorrer do tempo, vai fazendo o filme parecer ter sido feito nos anos 70, para não ficar tão diferente de seu sucessor (de 1977). Mas este efeito eles só fazem paulatinamente a medida que se aproxima do final da película, próximo da colagem final.
E finalmente vemos de perto a lua Jedha, origem da Ordem Jedi. Uma das melhores batalhas ocorre lá. As cenas de luta e de guerra que ocorre na lua dos Jedi, chamada Jedha, é um dos trechos mais belos do filme inteiro. Na falta de uma cantina, os personagens mais estranhos foram mostrados em Jedha. A milícia de Saw Gerrera também explorou estes personagens estranhos e nos remete ao séquito de Jabba. Outra oportunidade para os criadores de monstros da LucasFilm mostrarem sua criatividade ímpar.
Os outros personagens heróis da equipe Rogue One são o piloto Bodhi Rook (o medroso) e os asiáticos Chirrut Imwe (o cego) e Baze Malbus (o troncudo).
O retorno digital do Governador Tarkin e de Leia Organa jovem foi uma das coisas mais memoráveis de Rogue One! Pela primeira vez um ator, já morto há muitos anos, retorna as telas de cinema, foi o caso do Governador Tarkin e de seu ator Peter Cuching.
As cenas finais de guerra se passa num planeta tropical chamado Scarif. Ponto nevrálgico de todo o filme. A batalha de Scarif é uma das duas ou três melhores batalhas de SW. O esquadrão azul é usado em sua maior extensão. Todos os pilotos de X-Wings estão em campo. Neste filme notamos claramente que os pilotos customizam seus capacetes, criando uma diversidade prepóstera ao Império, onde as roupas se repetem. Missão sem volta. Pela primeira vez, vários heróis sáo mortos ao mesmo tempo, e no mesmo filme, numa história, se nao incluirmos a execução dos Jedi no episódio III.
Com uma concepção artística e fotografia escura e cruel, que só clareia em Scarif, e de beleza impecável, Rogue One segue como uma das obras primas da Saga Star Wars, ao lado dos episódios III, IV e V.
Denison Souza 29 novembro de 2019
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