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CINEMA, MÚSICA, PINTURA

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Denison Souza, arte-educador, escritor free lancer;

meu trabalho já foi publicado no Jornal do Recôncavo e Correio da Bahia

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

MELHORES DISCOS DO SUPERTRAMP

SUPERTRAMP Formado na Inglaterra, no ano de 1969 pelo pianista e vocalista Rick Davies, o Supertramp conquistou o mundo na década de 70 com um pop progressivo de alta qualidade (todo disco deles contém uma obra prima progressiva não pop) embalado por grandes clássicos que até hoje tocam nas rádios, e com uma das formações mais emblemáticas do mundo da música. Vejamos seus maiores quatro albuns na ordem de lançamento: Crime of the Century (1974) Para muitos fãs tradicionais, este é o melhor album da banda, mas na verdade, esse é apenas o quarto melhor disco da banda. Depois de um começo muito progressivo, com dois albuns anteriores sem sucessos evidentes, a partir daqui, os britânicos Supertramp encontram a fórmula do sucesso, e conseguem misturar sua linguagem progressiva com o pop, passando a ter a mais importante característica do grupo: a divisão dos vocais. Destaque para a leve “Asylum”, com a presença do piano elétrico em evidência, o jazz “Bloody Well Right”, Hodgson emociona através de “Hide in Your Shell”, tem “If Everyone Is Listening”, o clássico “School”, faixa que abre o disco de forma estonteante e brilhante mesmo, através de um riff de harmônica que talvez seja o mais conhecido desse instrumento, e que rapidamente tornou-se essencial em todos os shows da banda a partir de então. E deixou para a história musical o primeiro grande sucesso do grupo, “Dreamer” e a sensacional “Rudy”, que é a Obra Prima Progressiva não pop do álbum, com Davies fazendo misérias ao piano, Helliweel dando uma contribuição incrível com o saxofone, Hodgson estraçalhando com a guitarra e um duelo vocal Hodgson/Davies de tirar o fôlego. Even in the Quietest Moments … (1977) O album é todo bom, é o terceiro melhor da banda, um espetáculo de obra prima da Humanidade! Mas, por incrível que pareça, o ápice do LP vai para seu lado B, o melhor lado B de todos os tempos, começando por “Babaji”, emotiva canção cantada por Hodgson e com Helliwell marcando presença em seu solo de sax. Depois, temos “From Now On”, super balada comandada por Davies ao piano e voz, com um encerramento em crescendo fascinante, e o saxofone de Helliwell novamente sendo grande atração. Por fim, a melhor canção dos britânicos Supertramp, de todos os tempos, a mini-suíte “Fool’s Overture”, a obra prima progressiva não pop do disco, uma faixa espetacular, onde o quinteto faz valer sua criatividade de composição, entregando algo complexo, admirável, inesquecível e responsável por fazer com que muitos críticos e jornalistas classificassem a banda como progressiva, já que ela realmente é uma Obra Prima Progressiva. Nela ouvimos o mesmo trecho da fala de Churchill, que ouvimos no album Powerslave do Iron Maiden nos anos 80. A importância de “Fool’s Overture” é tamanha para o álbum que a capa de Even in the Quietest Moments … destaca um Grand Piano na neve, com a partitura da canção. O disco foi o primeiro LP do grupo a conquistar ouro na América e foi primeiro em vendas na Alemanha e Canadá, ampliando o nome do grupo por toda a Europa e America. Breakfast in America (1979) Aqui finalmente o Supertramp entra no Hall das Grandes Bandas de Todos os Tempos, e se entrega ao mundo Pop, consolidando o som próprio da banda. Platina quádrupla nos Estados Unidos, é até hoje o álbum mais bem sucedido da banda, tendo vendido mais de 20 milhões de cópias. Só as clássicas “Goodbye Stranger”, “Take the Long Way Home”, “The Logical Song”, e a faixa-título já fazem o álbum merecer os grandes números que atingiu, pois se tornaram singles de muito sucesso. Escondida nos sulcos de um disco praticamente perfeito, a obra-prima “Child of Vision” é a última faixa e, como acontece no disco anterior, é uma perfeita faixa progressiva não pop, disparada a melhor música do LP, cantada por Hodgson e Davies e com um longo trecho instrumental onde o solo de piano de Davies é de se aplaudir em pé. O sax se torna um instrumento mais marcante na banda e a Asia é completamente conquistada. …Famous Last Words… (1982) Marca a última participação de Hodgson. Musicalmente, é o melhor disco da banda, não em termos de venda. O disco é o mais satisfatório e perfeito do Supertramp. Um disco rico de músicas longas de mais de seis minutos. Davies força o retorno do progressivo no som da banda, depois de uma fase pop que funcionou. “Crazy” abre os trabalhos com a entrada mais segura da banda em todos os discos, uma interpretação magistral de Hodgson nos vocais. Fenomenal. Ele também emociona com sua voz, acompanhado apenas do violão de 12 cordas, nas belas “C’est le Bon” e “Know Who You Are”. Acima de todas, a melhor faixa do álbum, e uma das melhores do grupo, a estonteante pancada “Don’t Leave Me Now”, indescritível com palavras, e que em 6:35 minutos, faz estátuas chorarem de tristeza, tamanha dramaticidade vocal e crescendo musical criado pela banda, solos lindos de guitarra que não perdem em nada para David Gilmour (que sola no proximo album da banda) e a harmônica servindo como um símbolo triste da despedida de Hodgson. É a última faixa e a obra prima progressiva não pop do album. O piano Wurlitzer e a harmônica são as atrações da quase gospel “Put On Your Old Brown Shoes”, cantada por Davies, que também é responsável pela suave “Bonnie”, ao piano, que é a sua balada mais bela e bem construida, com um trecho instrumental no miolo bem marcante e impressionantemente lindo, chega dói, e, pasmem! tem outra obra progressiva não pop no album, o progressivo “Waiting So Long”, outra bela faixa, que sofre uma mudança de ritmo surpreendente ao longo de seus quase sete minutos (e que solo de guitarra feito por Hodgson!) e, pra aliviar um disco tão progressivo, uma faixa que é pop puro, a história de amor de “It’s Raining Again“, a faixa mais pop do Supertramp, comanda pelo saxofone, e que fez a banda fazer sucesso aqui no Brasil. Brother Where You Bound (1985) Com a saída de Hodgson, o Supertramp crava o pé na estrada progressiva que era o desejo de Davies, e criam um disco excelente, apesar de muitos ainda torcerem o nariz para Brother Where You Bound até hoje. O album chega a ser o quinto melhor da banda, depois, de Crime of the Century e Davies é o nome do disco. A sinistra “No Inbetween”, com boa presença do saxofone, e a linda “Ever Open Door”, cuja interpretação vocal e técnica ao piano são de emocionar, são alguns de seus melhores trabalhos em toda a carreira. Para quem busca lembranças de Breakfast in America, aconselho ouvir direto “Still In Love”, essencialmente pelas vocalizações e o saxofone. Temos apenas uma música pop que virou hit, “Cannonball”, faixa dançante, misturando elementos de jazz e pop. O grande destaque fica para a participação de David Gilmour, fazendo os solos da sensacional faixa-título e ainda hoje, é a minha obra prima progressiva não pop favorita da banda, sendo com certeza a melhor canção do Supertramp pós-Hodgson. A faixa havia sido composta na época de … Famous Last Words …, com dez minutos de duração, mas acabou sendo abortada, em virtude de Hodgson querer afastar-se das tendências progressivas. Foi reconstruída três anos depois, baseada no livro 1984 (George Orwell) e retratando a crise da Guerra Fria, e com mais de dezesseis minutos de duração (a maior faixa da banda) ocupa boa parte do lado B. A participação de Gilmour é brilhante! O guitarrista Scott Gorham (Thin Lizzy) é o responsável pela guitarra base nessa suíte, que por si só já vale a aquisição de Brother Where You Bound. Depois deste disco, veio Free As A Bird [1987], um album fraco, porque tenta grudar na tendencia eletrônica e inclui muita percussão. Não ficou bom pra banda. Some Things Never Change [1997] é um album que a banda consegue seguir bem sem Hodgson e retornar às suas origens como banda pop progressiva, no estilo anos 80, mas, sem conseguir mais os hits maravilhosos dos 80. E a época também já era outra. O som do Supertramp já não combinava com o mercado. E Slow Motion [2002] tenta ser saudosista, resgatando, pior ainda, os anos 70, o que não funcionou. Mas são dois discos bons para fãs tradicionais.

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