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CINEMA, MÚSICA, PINTURA

Este Blog é produzido e dirigido por:



Denison Souza, arte-educador, escritor free lancer;

meu trabalho já foi publicado no Jornal do Recôncavo e Correio da Bahia

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

POR QUE VAN GOGH É TÃO VALORIZADO



É uma boa pergunta a se fazer...O porque de Van Gogh ser tão famoso...suas obras tão respeitadas...apesar da "feiúra" evidente em sua linguagem...
A resposta é simples. Van Gogh surge sob a onda enorme do Impressionismo, mas consegue se erguer por sobre a crista desta onda. Ao contrário dos impressionistas, Van Gogh não busca em suas telas relatar o instante captado de determinada cena a partir da luz do momento, do clima do momento, da atmosfera do momento...ele retrata a emotividade da cena, o sentimento que determinada imagem desperta em si...e consegue retratar isso a partir de linhas contorcidas, cores vibrantes e contrastantes, perspectiva idealizada...um furor sagrado - comparável a Vivaldi - ao ponto de criar mais de 600 peças em apenas quatro anos. A obra de Van Gogh fala mais do psicológico, da imagem interior, retratada na imagem externa distorcida das coisas...

Van Gogh começou tarde na pintura, já velho...mas, seu acervo é maior que o de Velazquez, Rubens ou Rafael. E a maior parte de sua criação é composta de obras-primas extraordinárias. O que fascina em Van Gogh não é apenas o estilo - único, liberto de qualquer regra ou escola -, mas também a sua personalidade atormentada e sua biografia trágica retratadas nas suas pinturas. Depois de Van Gogh, a arte não é mais a representação da vida: a arte é a vida.

domingo, 24 de janeiro de 2010

CONFERÊNCIAS NO MUSEU DO PRADO, EM MADRI


Toda semana o Museu do Prado, em Madri, faz uma conferência sobre um dos quadros de sua imensa coleção. Nesta última semana de janeiro de 2010, a sagrada familia, de Parmigianino.
Esta atitude por parte do museu espanhol deveria ser copiado pelos museus brasileiros para que haja um incentivo no sentido de a população conhecer as coleções dos museus de sua cidade.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O GÊNIO DA PANTERA COR-DE-ROSA




Henry Mancini foi um dos compositores de trilhas cuja importância reside em ter aberto um divisor de águas na História da Música para o Cinema, ao colocar o chamado mainstream jazz na trilha do filme A Marca da Maldade, dirigido em 1958, por Orson Welles.
Antes da geração de Henry Mancini, a trilha sonora de um filme no cinema americano era quase que exclusivamente sinfônica, grandiloqüente.


As composições pelas quais Henry Mancini é mais conhecido incluem Moon River (a canção tema do filme Bonequinha de Luxo) e os temas dos filmes A Pantera Cor-de-Rosa e Charada, bem como o tema do famoso Pássaros Feridos, minissérie de 1983, exibida no Brasil pelo SBT desde 1985. Ele compôs também o famoso tema de 007 e Missão Impossível.


O famoso tema da Pantera Cor-de-Rosa é um clássico do jazz, simples, memorável. Todos conhecem aquele sax contralto bem tocado por Plas Johnson, meio tímido, cuidadoso como o andar de um felino, timbre classudo, com um acompanhamento de orquestra sutil e coadjuvante...belas viradas sutis de bateria executadas por Frank Capp...
Para quem deseja ouvir a orquestra original de Henri Mancini, com o mestre na batuta, executando A Pantera Cor-de Rosa, acesse

http://www.youtube.com/watch?v=jBupII3LH_Q

UMA DESCOBERTA: NUBIA LAFAYETTE


Não há limite de idade para se descobrir a bela arte, honesta, sincera, pura, não há limite para se descobrir um clássico.
Numa ensolarada tarde de quarta feira, encontrei-me com meu pai para almoçarmos juntos e percebi uma canção interessante em seu carro...perguntei de quem era a canção e quem estava cantando...ele respondeu que a canção foi gravada pela primeira vez por Dalva de Oliveira e a cantora naquela versão era Núbia Lafayette...era mais um dos belos Cds comprados por Netinha, sua esposa, que sempre buscou a beleza no passado, nos clássicos de outra era, que não a nossa - arranhada pela ausência da melodia, da harmonia...nessa busca pelo passado, onde disponta o inusitado...aquele timbre antigo, mas universal, portanto ouvível em qualquer tempo, um som pitoresco, uma voz sem idade, um clássico, senhores, um clássico. Não devemos negar nunca a arte honesta, de qualidade, mesmo que não seja de nossa geração...e aquela cantora - que eu nunca havia ouvido falar - era dona de uma voz honesta, generosa e fácil de conquistar.

Quanto a Dalva de Oliveira, eu já conhecia de ouvi-la nos anos 80, entre minhas pesquisas musicais...ela fez muito sucesso nos anos 30, 40 e 50; inclusive, em 2002, de passagem por Recife, assisti ao espetáculo teatral "Estrela Dalva", cujo sucesso rendeu ao elenco de 16 atores viagens por diversas capitais brasileiras e cidades do interior de Minas Gerais por dois anos e, mais recentemente, a vida de Dalva de Oliveira foi retratada com a minissérie Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor, produzida pela Rede Globo. Nesta minissérie, a vida da cantora foi ficcionalizada. Seus maridos Tito Clement e Manuel Nuno Carpinteiro, por exemplo, não existiram.

Mas, voltando a falar da cantora Núbia Lafayette, apresentada por meu pai, ela morreu recentemente, em 2007, de hemorragia cerebral. Nascida no Rio Grande do Norte, Núbia desembarcou cedo no Rio de Janeiro e começou sua carreira no fim dos anos 50, nessa época, cantando em programas de calouros, interpretando músicas da época. Foi crooner da boate Cave e estreou imitando Dalva de Oliveira, o seu grande ídolo. Ela teve o apoio de Nelson Gonçalves, que a apresentou à gravadora RCA Victor. Inclusive, ela era chamada de a Nelson Gonçalves de saias. Ainda em 1960, Núbia gravou o 1º disco com a música Devolvi. Assim que saiu, a música despontou nas rádios de todo País. O trabalho a projetou como uma cantora romântica e popular. Muitos cantores se dizem influenciados por ela: Alcione, Fafá de Belém, Elymar Santos e Tânia Alves são alguns dos fãs famosos de Núbia Lafayette.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O BRASIL NÃO COMPETE ESTE ANO AO OSCAR




O Brasil está mais uma vez fora da disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro. O filme de Sérgio Rezende "Salve geral" era o único representante brasileiro entre os mais de 64 países que concorriam às cinco vagas de candidato. Mas a Academia Cinematográfica de Hollywood divulgou nesta quarta-feira, 20, uma lista com os nove longas que estão ainda na briga. Apenas a Argentina, com o filme "O segredo de seus olhos", e o Peru, com "A teta assustada", representam o cinema latino-americano na corrida pelas vagas.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

MINHA LISTA DOS CEM MELHORES FILMES


Todo mundo publica uma lista dos cem...não gosto das listas que comparam os filmes entre si e dão colocação, por exemplo, para Cidadão Kane como o melhor filme já feito, mas admiro uma seleção de cem melhores filmes, sem pontuação...isso serve de guia para admiradores da sétime arte que estão ainda engatinhando na apreciação.


Minha lista contém alguns filmes que estão em todas as listas do gênero, mas envolve algumas preciosidades esquecidas, como Camille Claudel de Bruno Nuytten ou Uma Aventura na Martinica de Howard Hawks.


Vamos a minha lista pessoal dos cem filmes prediletos:



1. Cidadão Kane (Orson Welles) USA

2. Um Corpo Que Cai (Alfred Hitchcock) INGLATERRA

3. 8 ½ (Federico Fellini) ITÁLIA

4. La Nave Va (Federico Fellini) ITÁLIA

5. Camille Claudel (Bruno Nuytten) FRANCES

6. A Longa Noite de Loucura (Mauro Bolognini) ITÁLIA

7. Kagemusha, a Sombra do Samurai (Akira Kurosawa) JAPONES

8. Sociedade dos Poetas Mortos (Peter Weir) USA*

9. O Encouraçado Potenkim (Sergei Eisenstein) RUSSO

10. Cantando na Chuva (Gene Kelly) USA

11. O Poderoso Chefão (Francis Ford Coppola) USA

12. Lolita (Stanley Kubrick) INGLATERRA*

13. Mephisto (István Szabó) HUNGARO

14. Os Infiltrados (Martin Scorsese) USA

15. O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante (Peter Greenaway) INGLATERRA*

16. Violência e Paixão (Luchino Visconti) ITÁLIA

17. Fantasma da Liberdade (Luis Buñuel) ESPANHOL*

18. Lawrence da Arábia (David Lean) INGLATERRA

19. A Doce Vida (Federico Fellini) ITÁLIA

20. Os Bons Companheiros (Martin Scorsese) USA*

21. Psicose (Alfred Hitchcock) INGLATERRA

22. Casablanca (Michael Curtiz) USA

23. Crepúsculo dos Deuses (Billy Wilder) USA

24. Lua de Fel (Roman Polanski) POLONES

25. Morangos Silvestres (Ingmar Bergman) SUECO

26. Sonata de Outono (Ingmar Bergman) SUECO

27. O Boulevard do Crime (Marcel Carné) FRANCES

28. Apocalypse Now (Francis Ford Coppola) USA

29. O Sétimo Selo (Ingmar Bergman) SUECO

30. Janela Indiscreta (Alfred Hitchcock) INGLATERRA*

31. Amarcord (Federico Fellini) ITÁLIA

32. A Malvada (Joseph L. Mankiewicz) USA

33. A Ponte do Rio Kwai (David Lean) INGLATERRA

34. Persona (Ingmar Bergman) SUECO

35. Amadeus (Milos Forman) TCHECO

36. Laranja Mecânica (Stanley Kubrick) INGLATERRA

37. E o Vento Levou (Victor Fleming) USA

38. Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Woody Allen) USA

39. Fargo (Joel Coen) USA

40. Onde Os Fracos Não Têm Vez (Joel Coen) USA

41. Manhattan (Woody Allen) USA*

42. A Noviça Rebelde (Robert Wise) USA

43. A Liberdade é Azul (Krzysztof Kieslowski) POLONES

44. Interlúdio (Alfred Hitchcock) INGLATERRA

45. Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha) BRASIL

46. Lacombe Lucien (Louis Malle) FRANCES*

47. Meu Jantar com André (Louis Malle) FRANCES*

48. Tio Vânia em Nova York (Louis Malle) FRANCES*

49. Hiroshima, Meu Amor (Alain Resnais) FRANCES

50. Hannah e Suas Irmãs (Woody Allen) USA

51. A Fraternidade É Vermelha (Krzysztof Kieslowski) POLONES

52. Terra em Transe (Glauber Rocha) BRASIL

53. Disque M para Matar (Alfred Hitchcock) INGLATERRA

54. Festim Diabólico (Alfred Hitchcock)
INGLATERRA*

55. Era uma Vez no Oeste (Sergio Leone) ITÁLIA

56. Discreto Charme da Burguesia (Luis Buñuel) ESPANHOL*

57. Hamlet (Laurence Olivier) INGLATERRA*

58. Os Pássaros (Alfred Hitchcock) INGLATERRA*

59. Memórias (Woody Allen) USA*

60. Tiros na Broadway (Woody Allen) USA*

61. A Excêntrica Família de Antônia (Marleen Gorris) HOLANDA*

62. O Anjo Exterminador (Luis Buñuel) ESPANHOL*

63. O Anjo Azul (Josef Von Sternberg) AUSTRIACO

64. Cinema Paradiso (Giuseppe Tornatore) ITÁLIA

65. Satyricon (Federico Fellini) ITÁLIA

66. Cenas de um Casamento (Ingmar Bergman) SUECO

67. Da Vida das Marionetes (Ingmar Bergman) SUECO

68. Morte em Veneza (Luchino Visconti) ITÁLIA

69. Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (Pedro Almodóvar) ESPANHOL*

70. Pepi, Luci Bom y otras Chicas del Montón (Pedro Almodóvar) ESPANHOL*

71. Os Guarda-chuvas do Amor (Jacques Demy) FRANCES

72. O Leopardo (Luchino Visconti) ITÁLIA*

73. Os Primos (Claude Chabrol) FRANCES*

74. O Sol por Testemunha (René Clément)
FRANCES*

75. Este Obscuro Objeto do Desejo (Luis Buñuel)*

76. Beau Pere (Bertrand Blier)*

77. Platoon (Oliver Stone) USA

78. Wall Street (Oliver Stone) USA

79. Noites de Cabíria (Federico Fellini) ITÁLIA

80. Julieta dos Espíritos (Federico Fellini) ITÁLIA

81. Maridos e Esposas (Woody Allen) USA*

82. O Olho do Diabo (Ingmar Bergman) SUECO

83. Se Meu Apartamento Falasse (Billy Wilder) USA*

84. O Homem Elefante (David Lynch) USA

85. O Homem que Sabia Demais (Hitchcock) INGLATERRA*

86. O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (Glauber Rocha) Brasil*

87. Cabeças Cortadas (Glauber Rocha) Brasil*

88. Toda Nudez será Castigada (Arnaldo Jabor) Brasil

89. Eu te Amo (Arnaldo Jabor) Brasil*

90. Intriga Internacional (Hitchcock) INGLATERRA*

91. Marnie (Hitchcock) INGLATERRA

92. Eu Sei que Vou te Amar (Arnaldo Jabor) Brasil*

93. Rastros de Ódio (John Ford) USA

94. Em Busca do Ouro (Charles Chaplin) INGLATERRA

95. Los Angeles – Cidade Proibida (Curtis Hanson) USA

96. Guerras nas Estrelas (George Lucas) USA

97. Prisioneiro do Passado (Delmer Daves) USA

98. Uma Aventura na Martinica (Howard Hawks) USA

99. O Terceiro Homem (Carol Reed) USA

100. Uma Mente Brilhante (Ron Howard) USA

Denison Souza do Rosário

EU ME IMPRESSIONO COM O DRAMA NA TELA


É isso...eu gosto de ver um belo retrato como a de Monalisa numa tela, mas o que mais me deixa de queixo caído são as grandes pinturas que enfeitam palácios, igrejas e scuolas na Europa, ricas em personagens e planos diferentes, ângulos diversificados e uma organicidade espetacular que nos fazem sentir a unidade da obra, mesmo que não entendamos de estética. E as cores? Vivas, quentes, vibrantes...e o claro/escuro? Espetacular! Pinturas de Rubens, Tiepolo, Caravaggio, Rafael ou Tintoretto me remetem a este mundo maravilhoso do dramático na pintura...não só no barroco, mas no maneirismo e mesmo na última fase da renascença...qualquer período tem estes quadros ou afrescos imensos que embelezam as paredes de palácios, igrejas, scuolas nobres...eu me impressiono com o drama nestas pinturas...eu fico realmente arrebatado, atônito, afônico, emocionado...


Vou fazer uma confissão...me emocionei muito mais com as pinturas de Tintoretto na Scuola Grande di San Rocco, em Veneza (foto acima), do que com as pinturas de Michelângelo na Capela Sistina, no Vaticano...acho as salas de Rafael no Vaticano também muito mais emocionante...tudo é uma questão de gosto pessoal...mas, todas elas têm algo em comum...são dramáticas e ricas em movimentos e cores...

sábado, 16 de janeiro de 2010

POR QUE BEETHOVEN E MOZART SÃO INSUPERÁVEIS?

Uma coisa é certa sobre a música clássica: Beethoven e Mozart são os maiores compositores de todos os tempos, falem o que quiserem falar...os dois dominaram todos os gêneros que existiam na sua época (sinfonia, ópera, canção, música sacra, concerto, música de câmara, sonata, etc) e conseguiram escrever obras-primas em todos eles...são os mestres com mais obras-primas inscritos na História da Humanidade. Escreveram obras fabulosas para todos os instrumentos possíveis e possuem mais de 15 melodias conhecidas por todos...fato raro na História.
E a sociedade universal concorda com isso...vi uma revista de História da BBC que citava os maiores gênios em cada área do conhecimento humano. Adivinhem quem era o gênio que representava a música erudita? Beethoven, claro. Na revista tinha uma pequena matéria sobre outro grande gênio da música...adivinhem quem? Isso mesmo...Mozart. Outra coisa...nos livros sobre música erudita a atenção maior é dada a Mozart e Beethoven...nos lançamentos de Cds...Mozart e Beethoven...sempre eles dois...isso não é coincidência. Sãos os maiores!!!

Chopin foi um grande mestre da composição, mas só para um instrumento, o piano...e de preferência, sozinho, sem acompanhamento de orquestra ou qualquer outro instrumento. Vivaldi compôs muita coisa para vários instrumentos e para vários gêneros, mas nota-se que sua obra não tem muita substância! Algumas coisas merecem respeito e a grande maioria é apenas repetição de fórmula.
Schubert é um grande mestre, mas não dominou o concerto, Ravel não sabia escrever música sacra, nem conseguiria, pois era ateu convicto...Stravinsky conseguiu explorar todos os gêneros possíveis...sinfonias, música sacra, óperas, balés, concertos, música de câmara...mas, todos concordam que o forte do mestre russo era a música de massa, orquestral, dramática...seja um balé, seja uma sinfonia ou uma ópera...ele era fraco na música camerística...todos os compositores revelam uma brecha no seu corpus de criação...menos Beethoven e Mozart...
Bach era um gênio completo...mas, em sua época não existia a sinfonia de autor, também se plageava muito; fica difícil compará-lo com Mozart...e mesmo assim ele nunca escreveu uma ópera...isso ficou para Haendel. Não se sabe como soaria uma ópera de Bach. Não importa por qual motivo, mas é fato que nenhum compositor da História tenha enfrentado o desafio de dominar todos os gêneros da Música e se sair bem em todos eles...mesmo nos gêneros menores como canção ou balé, Beethoven e Mozart foram grandes...e escreveram obras espetaculares...mesmo que Schubert, mais tarde, tenha recriado o gênero, elevando a canção à altura de grande gênero ou Tchaikovski e outros russos tenham elevado o gênero balé a um nível dramático escatológico.
Brahms era impecável, sério, muito talentoso...dominou tudo...mas, já se ouviu uma ópera sequer de Brahms...? Nunca teve oportunidade de enfrentar o desafio...e só teve pique prá escrever 4 sinfonias, com muita dificuldade, e muito poucos concertos. Isso não desmerece Brahms, mas se formos ver a quantidade extraordinária de concertos e sinfonias de alto nível de Beethoven e Mozart, fica claro que é difícil ser um Beethoven ou Mozart. Wagner, na época de Brahms, pegou este legado da ópera para si...se dedicou tanto à ópera, que não escreveu praticamente mais nada...os mestres se destacam em um ou outro gênero, quando são geniais...ou no máximo, tem apenas uma de suas obras conhecidas...Wagner, portanto é o mestre das óperas, Bruckner, das sinfonias...e por aí vai...Mussorgski só é reconhecido pelo seu Quadros de Exposição...e por aí vai...e nessa...Beethoven e Mozart ficam na dianteira, não devendo prá nenhum gênero.

OS SETE DA SÉTIMA ARTE


O número 7 é um número mágico e enigmático. O cinema é conhecido como a Sétima Arte. Eu acredito que é possivel ter uma idéia geral de qualquer cineasta, apenas assistindo a sete filmes de sua produção.

No caso dos meus diretores prediletos, fiz uma seleção de suas 7 obras mais representativas:

Ingmar Bergman:
1. O SÉTIMO SELO
2. SONATA DE OUTONO
3. MORANGOS SILVESTRES
4. PERSONA
5. FANNY E ALEXANDER
6. CENAS DE UM CASAMENTO
7. GRITOS E SUSSUROS

Federico Fellini:
1. 8 E MEIO
2. A DOCE VIDA
3. AMARCORD
4. LA NAVE VA
5. LA STRADA
6. NOITES DE CABÍRIA
7. JULIETA DOS ESPÍRITOS

Stanley Kubrick:
1. Lolita
2. Laranja Mecânica
3. O Iluminado
4. De Olhos Bem Fechados
5. Spartacus
6. Dr. Fantastico
7. 2001, Uma Odisséia no Espaço


David Lean:
1. Lawrence da Arábia
2. A Ponte do Rio Kwai
3. Passagem para a Índia
4. Summertime
5. Doutor Jivago
6. Oliver Twist
7. Grandes Esperanças

Alfred Hitchcock:
1. Um Corpo que Cai
2. Psicose
3. Janela Indiscreta
4. Os Pássaros
5. Festim Diabólico
6. Intriga Internacional
7. A Sombra de uma Dúvida

Woody Allen:
1. Hanna e suas Irmãs
2. Noivo Neurótico,Noiva Nervosa
3. Manhattan
4. A Rosa Púrpura do Cairo
5. A Era do Radio
6. Crimes e Pecados
7. Tudo que voce sempre quis saber sobre sexo

Luis Buñuel:
1. Viridiana
2. O Cão Andaluz
3. O Discreto Charme da Burguesia
4. O Anjo Exterminador
5. A Bela da Tarde
6. O Fantasma da Liberdade
7. Este Obscuro Objeto do Desejo

POR QUE A MONALISA É TÃO CONHECIDA?




O quadro de pequenas dimensões de Leonardo Da Vinci intitulado La Gioconda (ou Monalisa) é a imagem mais conhecida da História da Pintura...mas, por que será?

Simples...este quadro sempre esteve no Louvre, em Paris, e era apenas mais um quadro na imensa coleção do museu francês. Isto, até o dia 21 de agosto de 1911. Na ocasião, uma segunda-feira, o museu estava fechado, assim como todos os museus do mundo. A Gioconda foi roubada.




O ladrão foi pego dois anos depois e disse que roubou o quadro por patriotismo. Era italiano, trabalhava no Louvre como pintor de parede e achava que o quadro deveria estar em seu país. A partir deste episódio a vida do quadro mudaria completamente. Não que o quadro não merecesse os olhares apaixonados de críticos e fãs de arte, mas o fato causou grande furor em torno da obra, levando a sociedade a atentar melhor para os diversos detalhes desta criação, percebida, de antemão, pelo simples pintor de parede. O ladrão percebeu que o quadro continha muitos mistérios e detalhes dignos de nota...o olhar, o sorriso, as mãos...aquele quadro, na visão dele, deveria estar em Florença ou Roma...

Mistérios e curiosidades sempre cercaram a tela, explorados de forma inteligente e lucrativa por Dan Brown em O Código Da Vinci. Por exemplo, ninguém sabia quem era aquela pessoa retratada - se dizia até que era um auto-retrato. Hoje, depois de estudos minuciosos, sabemos que se trata de Lisa Gherardini Del Giocondo, esposa de Francesco Del Giocondo. Como o nome dela era Lisa, chamamos o quadro de MonaLisa (diminutivo de Madonna Lisa) ou La Gioconda (sobrenome de Lisa).


A tecnologia tem ajudado a desvendar alguns desentendimentos. Uma equipe munida de scanners e lasers descobriram que por baixo da camada de tinta que vemos hoje, houve várias mudanças e retoques. Em uma delas, descobriu-se que Monalisa usava um coque no cabelo e um véu cobrindo a cabeça. Segundo estudiosos, tal véu era muito usado por mulheres grávidas, na Itália do séc. XVI, indicando que a personagem poderia estar esperando um herdeiro. Isso explicaria seu sorriso nebuloso e e a posição das mãos, como de alguém que protege naturalmente o ventre. Se atentarmos para o rosto de Monalisa e sua expressão ambígua perceberemos um pouco de alegria contida, uma certa expressão de nojo e uma dose de temor.


Os olhos não dispõem de linhas, não contêm contornos definidos, o que os enche de expressividade. Não possuem sobrancelhas e cílios, fato comum nas mulheres da sociedade florentina da época, mas que dá um toque a mais na expressão. . . as mãos, muito bem modeladas, foram pintadas com muita delicadeza e numa pose espetacular. Leonardo trabalhou muito bem o sorriso de Monalisa. Trabalhou com cuidado as texturas dos lábios, delineando com sabedoria e maturidade cada luz e sombra que permeia cada trecho de carne da boca. O resultado é um sorriso que existe e inexiste ao mesmo tempo, dependendo da maneira que a pessoa olha para ela. Dependendo do que a pessoa está pensando da tela no momento. Um efeito realmente estimulante e desafiador.

Leonardo foi conquistado por sua obra, pois não entregou o quadro a Francesco Giocondo, que encomendou o retrato. Ele sempre levou o quadro consigo para onde quer que fosse, até o fim de sua vida.




sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PARA SUA VISITA NO MUSEU DO VATICANO







Queria dar um toque para quem for visitar a Capela Sistina, no Museu do Vaticano...é que todo mundo vai lá desesperado pra ver apenas as pinturas de Michelângelo...mas...que tal atentar para uma coisa curiosa?...há numa das paredes da capela (na parede do lado direito prá quem está de costas pro Juizo Final) três afrescos - das maiores obras-primas - de Botticelli, artista italiano mais conhecido pelas pinturas que estão nos Uffizi, em Florença. Esses três afrescos (As Provações de Moisés, O Castigo dos Rebeldes e a Tentação de Cristo) merecem uma atenção especial, antes mesmo de admirar o teto pintado por Michelângelo. São das obras mais importantes do mestre Botticelli.
Quanto ao teto, além da famosa criação de adão, vale a pena atentar para a expulsão de adão e eva e o dilúvio...
Outra coisa...além da capela, vale visitar as salas de Rafael com pinturas imensas e espetaculares enchendo todo o ambiente...um espetáculo...está para Rafael, assim como a Scuola Grande di San Rocco, em Veneza, está para Tintoretto ou a Capela Scrovegni, em Pádua, para o grande mestre Giotto. Na verdade, as salas de Rafael são a Capela Sistina do jovem pintor...
Além disso, se puder ver apenas o Laocoonte (estatuária grega) já valeu a visita...
Para ver fotos - passo a passo - da visita no famoso museu, acessar minha página do FLICKr:

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A MAIOR ESCOLA DE PINTURA É A ITALIANA





Artistas como Tintoretto, Ticiano, Caravaggio, Leonardo Da Vinci, Michelângelo, Correggio, Rafael, Bottichelli, Giotto, Bellini e outros...com suas cores vivas, claro-escuro, técnicas flúidas no pintar, composições bem estudadas, estudos de cadáveres...pintaram como nunca.

Esses mestres permeiam as mais importantes escolas e períodos...trecento renascentista, quatrocento, cinquecento, maneirismo, barroco...é a referência maior para os espanhóis, franceses e flamengos quando se trata de arte.


Os flamengos (pintores dos Países Baixos) vem logo em seguida, com a invenção da pintura usando tinta à óleo sobre tela, em substituição à têmpera, criando efeitos realistas incríveis nas imagens e a perspectiva linear, cujo elemento unificador é a luz, que esconde ou destaca cada mínimo detalhe...

Eu simplesmente não acreditei quando, no Museu do Prado, em Madri, me vi diante de um quadro do grande pintor italiano Ticiano...as cores, a vivacidade dos corpos e a composição...e quase cai prá trás...não consegui me manter em pé, quando vi o quadro do grande pintor flamengo Rogier van der Weyden intitulado a Deposição (foto acima), devido ao dramatismo da cena e a verossimilhança de cada detalhe que compõe a roupa dos personagens...